Filosofia no Ensino Básico - Do dramatizar ao filosofar turma A1
Apresentação
A Filosofia quando apresentada a alunos do Ensino Básico suscita uma curiosidade natural, tornando-se mais acessível quando esta área do conhecimento é tratada com abordagens específicas que estimulem a brincadeira e a imaginação. Neste sentido, a linguagem teatral tanto na sua dimensão do jogo, como na sua dimensão literária, apresenta-se como uma ferramenta essencial para despertar o natural espírito crítico das crianças, para o filosofar. É consensual entre a comunidade científica que a atividade filosófica tem um impacto muito positivo no desenvolvimento cognitivo das crianças nomeadamente na verbalização de ideias e de argumentação, bem como o reforço da sua estrutura lógica do pensamento. Os docentes do Ensino Básico sentem muitas vezes uma grande necessidade de irem ao encontro das expectativas e da curiosidade sobre o nosso mundo que estas crianças demonstram, idealizando aulas mais dinâmicas e criativas para explorarem diferentes conceitos (muitos deles filosóficos e coincidentes com as diferentes áreas disciplinares) mas com resultados práticos nem sempre muito animadores tanto para professores como para alunos. Neste sentido, a presente ação é uma oportunidade para os docentes das diferentes áreas disciplinares do Ensino Básico poderem desenvolver um conjunto de ferramentas com intuito filosófico, de modo a promoverem aulas mais dinâmicas e estimulantes para os alunos dos diferentes níveis do Ensino Básico.
Destinatários
Professores dos 2º e 3º Ciclos do Ensino Básico
Releva
Para os efeitos previstos no n.º 1 do artigo 8.º, do Regime Jurídico da Formação Contínua de Professores, a presente ação releva para efeitos de progressão em carreira de Professores dos 2º e 3º Ciclos do Ensino Básico. Mais se certifica que, para os efeitos previstos no artigo 9.º, do Regime Jurídico da Formação Contínua de Professores (dimensão científica e pedagógica), a presente ação releva para efeitos de progressão em carreira de Professores dos 2º e 3º Ciclos do Ensino Básico.
Objetivos
a) Desenvolver a capacidade de selecionar textos dramáticos com alcance filosófico. b) Promover uma dinâmica filosófica em sala de aula a partir da análise de textos dramáticos e/ou desenvolvimento de pequenas dramatizações; c) Planificar e dinamizar uma aula-padrão de perfil filosófico a partir de uma estrutura dramática (articulação de técnicas, instrumentos e conceitos). d) Articular diferentes conceitos filosóficos com alguns conteúdos tratados nas diferentes áreas disciplinares do Ensino Básico.
Conteúdos
a) A especificidade da Filosofia; b) Relação do teatro com a Filosofia; c) O teatro enquanto estratégia pedagógica para o filosofar; d) O método socrático (estrutura do método, aplicação em sala de aula e role play) e) Exploração do conceito de Tolerância a partir da peça de teatro A princesa que não sabia espirrar de José Cañas Torregrosa PNL (dos 6 8 Anos); f) Exploração do conceito de Sustentabilidade Ambiental a partir da peça de teatro O circo de papel de Vergílio Alberto Vieira PNL (dos 6 8 Anos); g) Exploração do conceito do conceito de Democracia a partir da peça de teatro Os quatro pés do trono de António Torrado in Teatro às Três pancadas PNL (9-11 Anos); h) Exploração do conceito de Conhecimento a partir da peça Os Piratas de Manuel António Pina - PNL (9-11 Anos); i) Exploração do conceito de Amor a partir da peça de teatro O Colar de Sophia Mello Breyner Andresen - PNL (12-15 Anos); j) Exploração do conceito de Justiça a partir da peça de teatro O Auto da Índia de Gil Vicente - PNL (12 -15 Anos); k) Planificação de uma aula (questão filosófica e peça de teatro: critérios); l) Síntese final.
Avaliação
- Obrigatoriedade de frequência de 2/3 das horas presenciais. - A avaliação dos formandos será contínua e participada por todos os intervenientes e assentará: na participação nas dinâmicas das sessões presenciais; nos projetos, trabalhos e /ou materiais produzidos, no âmbito do trabalho autónomo e na realização de um trabalho individual / reflexão crítica final, de acordo com os critérios previamente estabelecidos, ao nível do Centro de Formação. - A avaliação dos formandos é quantitativa e expressa numa escala de 1 a 10, com a correspondente menção qualitativa, conforme referencial constante da legislação me vigor e que a seguir se explicita: Classificação de cada formando por níveis de desempenho na escala de 1 a 10, com a menção qualitativa de: 1 a 4,9 valores Insuficiente; 5 a 6,4 valores Regular 6,5 a 7,9 valores Bom 8 a 8,9 valores Muito Bom 9 a 10 valores - Excelente.
Bibliografia
Borie, M.; Rougemont, M.; Scherer, J. (1996). Estética Teatral. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.Bornheim, A. (1992). O Sentido e a Máscara. São Paulo. Perspectiva.Peixoto, M. & Manso, A. (2015). O Teatro como Palco do Filosofar: Bases para uma Pedagogia Renovada. Revista Portuguesa de Educação Artística, nº 5, pp. 105-109.Ortega y Gasset, J. (1965). A Ideia do teatro. São Paulo: Perspetiva.Schiller, F. (1991). Cartas sobre a Educação Estética da Humanidade. São Paulo: Edu.