Metodologias orientadas para a investigação com recursos digitais: educação em astronomia com base em inovações científicas turma A1

Apresentação

A Ciência, a Tecnologia e a Inovação [1] são identificadas pelas Nações Unidas como fatores-chave para alcançar Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Neste empreendimento a Astronomia assume um papel central devido à sua componente tecnológica e às suas dimensões científica, educacional e cultural [2]. Em termos educacionais e apesar de um aparente lugar menos central nos currículos, é amplamente consensual e reconhecida a importância intrínseca da astronomia, mas, igualmente, a sua função de "ciência facilitadora"[3], para a educação da biologia, geologia, física, química, matemática, história, filosofia e mesmo português. É neste contexto que emerge esta oficina que, partindo de resultados e processos científicos atuais, trabalhados pelos cientistas/educadores promotores desta proposta, e no atual quadro da Autonomia e Flexibilidade Curricular e tendo em conta os referenciais atuais (PASEO, ENEC, AE), pretende co-desenhar, com os docentes, iniciativas e recursos educativos digitais focados nas Aprendizagens Essenciais. Partindo de dinâmicas previamente delineadas e testadas, estas serão reconstruídas em cada oficina, para se tornarem significativas no contexto profissional de cada um dos formandos. Os recursos assim produzidos, serão baseados em metodologias orientadas para a investigação, no seu sentido mais lato, e valorizarão o trabalho interdisciplinar, colaborativo e prático, apoiado na utilização das TIC.

Destinatários

Professores dos grupos 230, 420, 510 e 520

Releva

Para os efeitos previstos no n.º 1 do artigo 8.º, do Regime Jurídico da Formação Contínua de Professores, a presente ação releva para efeitos de progressão em carreira de Professores dos grupos 230, 420, 510 e 520. Mais se certifica que, para os efeitos previstos no artigo 9.º, do Regime Jurídico da Formação Contínua de Professores (dimensão científica e pedagógica), a presente ação releva para efeitos de progressão em carreira de Professores dos grupos 230, 420, 510 e 520.

Objetivos

- Contribuir para alcançar os ODS. - Estimular a reflexão sobre a prática docente, através da auto e hétero análise sobre de atitudes e crenças epistemológicas em relação à astronomia. - Confrontar práticas pedagógicas quotidianas com outras perspetivas didáticas. - Questionar diferentes perspetivas e metodologias de ensino das ciências à luz de quadros teóricos pós-positivistas, externalistas e socioconstrutivistas, promovendo uma critica fundamentada sobre tais orientações. - Analisar metodologias de ensino das ciências, tendo por referência o quadro de Autonomia e Flexibilidade Curricular, o Perfil do Aluno à Saída da Escolaridade Obrigatória e as Aprendizagens essenciais. - Refletir sobre o perfil sinérgico da investigação, a comunicação e a educação em ciência e formas de o potenciar. - Analisar e produzir recursos educativos digitais baseados em ciência inovadora, partindo de dados astronómicos reais. - Promover a utilização da astronomia na educação.

Conteúdos

Distinguir os conceitos de investigação, comunicação e educação em ciência. - Refletir sobre limites e sobreposições entre os conceitos de educação e de ensino. - Refletir, partindo da auto e heteroperceção, sobre conhecimentos e capacidades dos formandos associados a competência chave para a educação em astronomia. - Contactar com formas de aumentar os conhecimentos em astronomia. - Refletir, partindo da auto e heteroperceção, sobre atitudes e crenças dos formandos em relação à astronomia. - Identificar formas de alterar atitudes e crenças epistemológicas em relação à astronomia. - Refletir sobre o Perfil do Aluno no quadro da Autonomia e Flexibilidade Curriculares. - Compreender a importância da educação para a ciência em idades precoces, no prosseguimento de carreiras científicas. - Distinguir algumas metodologias de ensino nas ciências: ensino orientado para a investigação (inquiry); ensino baseado em modelos (model-based); ensino baseado em casos (case-based); ensino baseado na resolução de problemas (problem-based). - Conhecer o contexto quantitativo geral da produção científica nacional e da produção em astronomia a nível mundial. - Explorar a ciência cidadã como forma de fluir conhecimento e processos científicos entre a investigação, a comunicação e a educação em ciência. - Analisar, no currículo nacional, as aprendizagens que, direta ou indiretamente, estão associadas à astronomia e comparar com a realidade mundial. - Conhecer causas intrínsecas e causas utilitárias para a utilização da astronomia na lecionação de conteúdos de outras ciências. - Dominar plataformas digitais de acesso a dados científicos astronómicos atualizados. - Conhecer recursos educativos digitais baseados em inovações científicas. - Realizar atividades práticas colaborativas e interdisciplinares, com base em recursos educativos digitais de ciência inovadora. - Produzir recursos educativos digitais com ligação direta ao currículo nacional, com base em inovações científicas. - Contactar com instituições promotoras da articulação entre comunicação e educação em ciência. - Contactar com cientistas que trabalham esses mesmos dados.

Avaliação

A avaliação incidirá sobre o nível de participação do formando (quer nas dinâmicas presenciais, quer remotas) e em dois produtos concretos: um plano de intervenção em contexto profissional e uma apresentação multimédia. O plano de intervenção compreende a conceção e aplicação/experimentação, em sala de aula, das metodologias, materiais e conhecimentos analisados nas sessões conjuntas, devendo considerar: a) os objetivos - o problema diagnosticado e o que se pretende mudar; b) os conteúdos; c) a metodologia adotada; d) os intervenientes; e) os materiais/recursos produzidos e aplicados; f) a duração; g) a avaliação. A apresentação multimédia suportará a defesa da forma de idealização, conceção, aplicação e avaliação do plano de intervenção.

Bibliografia

[1] https://sustainabledevelopment.un.org/content/documents/7858Technology_Joint%20statement%20of%20Heads%20of%20Agencies_final.pdf[2] https://www.iau.org/administration/about/strategic_plan/[3] Salimpour, S., Bartlett, S., Fitzgerald, M. T., McKinnon, D. H., Cutts, K. R., James, C. R., . . . Cabezon, S. (2020). The Gateway Science: a Review of Astronomy in the OECD School Curricula, Including China and South Africa. Research in Science Education, 1-22.[4] Costa, I. A. (2020). Ciência Cidadã: envolvimento do público na investigação e divulgação em astronomia. (PhD thesis), Universidade do Porto, Porto. Disponível em https://repositorio-aberto.up.pt/handle/10216/127896[5] Bybee, R. W. (2006). Scientific Inquiry and Science Teaching.In. L. B. Flick, N. G. Lederman, 2006. Scientific Inquiryand Nature of Science (pp.1-12). Netherlands: Springer

Observações

O dia 29 de março pressupõe uma a visita a dois Centros de Ciência / Unidade de Investigação: Galeria da Biodiversidade - Centro Ciência Viva (pela manhã) Centro de Astrofísica da Universidade do Porto / Planetário do Porto - Centro Ciência Viva (pela tarde).

Formador

Ilídio André Pinto Monteiro da Costa

Cronograma

Sessão Data Horário Duração Tipo de sessão
1 24-03-2025 (Segunda-feira) 18:00 - 20:00 2:00 Online síncrona
2 27-03-2025 (Quinta-feira) 18:00 - 20:00 2:00 Online síncrona
3 29-03-2025 (Sábado) 09:00 - 19:00 10:00 Presencial
4 24-04-2025 (Quinta-feira) 17:00 - 21:00 4:00 Online assíncrona
5 28-04-2025 (Segunda-feira) 17:00 - 21:00 4:00 Online assíncrona
6 26-06-2025 (Quinta-feira) 17:00 - 21:00 4:00 Online assíncrona
Início: 24-03-2025
Fim: 26-06-2025
Acreditação: CCPFC/ACC-130661/24
Modalidade: Oficina
Pessoal: Docente
Regime: b-learning
Duração: 50 h
Local: None